O ministro da Defesa do Japão transmitiu ao seu homólogo chinês as preocupações de Tóquio sobre o crescente aumento das atividades militares de Pequim. No entanto, os dois concordaram em promover o diálogo entre os oficiais de defesa dos dois países.
Na quinta-feira, Nakatani Gen, do Japão, e Dong Jun, da China, se encontraram no Laos, à margem de uma reunião de ministros da Defesa dos países membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e países parceiros.
Durante a conversa, Nakatani mencionou um incidente ocorrido em agosto, no qual uma aeronave militar chinesa violou o espaço aéreo japonês. Nakatani reafirmou o protesto do Japão contra a intrusão e pediu à China que evitasse a recorrência.
Nakatani e Dong concordaram sobre a importância da comunicação diante das preocupações de segurança. Eles concordaram em facilitar o diálogo para retomar as trocas entre as forças dos dois países. Essas trocas foram suspensas desde 2019.
O primeiro-ministro japonês, Ishiba Shigeru, e o presidente chinês, Xi Jinping, se encontraram no Peru no início deste mês. Eles confirmaram que seus países "continuam a compartilhar uma direção ampla" de construção de relações bilaterais construtivas e estáveis.
Nakatani também participou de uma reunião de chefes de defesa dos Estados Unidos, Austrália, Coreia do Sul e Filipinas, realizada no Laos na quinta-feira. Manila tem questões territoriais com Pequim em relação a partes do Mar do Sul da China.
Os oficiais enfatizaram seu compromisso com o avanço de uma visão para uma região Indo-Pacífico livre, aberta, segura e próspera, onde a lei internacional e a soberania são respeitadas.
Eles também reafirmaram seu compromisso de fortalecer a cooperação em defesa entre seus países.
Enquanto isso, Dong e o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, não realizaram uma reunião bilateral à margem do encontro da ASEAN no Laos.
O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, disse na quinta-feira que os EUA são totalmente responsáveis por isso. Ele afirmou que os EUA não podem prejudicar os interesses centrais da China na questão de Taiwan e, em seguida, tentar se comunicar com o exército chinês como se nada tivesse acontecido.
Seu comentário sugere que as vendas de armas dos EUA para Taiwan podem ter sido um dos fatores que impediram a realização de uma reunião ministerial de defesa entre os EUA e a China.