O Parlamento do Japão aprovou três projetos de lei relacionados à reforma política, em resposta a um escândalo financeiro envolvendo o Partido Liberal Democrático (LDP), que governa o país.
A aprovação ocorreu na sessão plenária da Câmara Alta na última terça-feira. Os projetos visam aumentar a transparência no uso de fundos políticos e combater práticas controversas, como a falta de clareza nas despesas dos parlamentares.
Um dos projetos, proposto por sete partidos da oposição, visa abolir as chamadas "verbas para atividades políticas" que são fornecidas pelos partidos aos seus membros. Essa prática foi alvo de críticas por não ser transparente, o que gerou desconfiança pública.
Outro projeto, apresentado pelo Komeito (partido aliado do LDP) e pelo Partido Democrático para o Povo, propõe a criação de uma organização independente dentro do Parlamento para supervisionar os fundos políticos. Essa medida busca garantir que o uso de recursos seja mais claro e auditado de forma imparcial.
O terceiro projeto, de autoria do próprio LDP, estabelece a proibição de cidadãos estrangeiros de comprarem ingressos para eventos de arrecadação de fundos. Além disso, o LDP propôs a criação de um banco de dados digital com os relatórios de fundos políticos, facilitando o acesso e a pesquisa sobre esses dados.
Apesar dessas aprovações, os legisladores não conseguiram chegar a um acordo sobre as doações políticas feitas por empresas e outras organizações. O maior partido de oposição, o Partido Democrático Constitucional, defende a proibição total dessas doações, mas as negociações sobre esse tema ainda estão em andamento. A expectativa é que um acordo seja alcançado até o final de março.
Além disso, o LDP e seu parceiro na coalizão, o Komeito, não conseguiram conquistar a maioria absoluta nas eleições da Câmara Baixa realizadas em outubro, o que tornou o cenário político ainda mais desafiador.
Após a sessão, o primeiro-ministro Ishiba Shigeru falou com a imprensa e destacou o esforço do governo em ouvir as opiniões de outros partidos para formar um consenso. "Os partidos de governo e oposição realizaram discussões detalhadas durante esta sessão", afirmou. Ele também anunciou que seu gabinete deve aprovar um projeto de orçamento para o próximo ano fiscal na sexta-feira.
Ishiba mencionou, por fim, que planeja viajar para os Estados Unidos em breve para se reunir com o presidente eleito Donald Trump, buscando estreitar as relações entre os dois países.